sexta-feira, 25 de maio de 2012


Entrevista com Junior Cigano

Por Eduardo Ferreira, direto de Las Vegas
Junior Cigano colocará seu título em jogo pela primeira vez neste sábado, em Las Vegas, contra Frank Mir. Esbanjando confiança, o peso pesado conversou com a imprensa e, entre outros assuntos, explicou porquê não considera Frank Mir um homem de verdade. Confira:

Como você está se sentindo com essa defesa de título?

É uma coisa muito importante para mim. Na verdade, eu trabalho duro todos os dias para que eu possa viver isso e acho que você é reconhecido pelo trabalho que faz.

Você falou algumas coisas sobre o Frank Mir, sobre ele não ser um homem de verdade, coisa que você nunca fez antes. É algo novo em você?

Não. Eu não estava querendo falar coisas ruins dele, só estava dando a minha opinião. No Brasil, a gente fala “ele não é homem”. Não tenho nada pessoal contra ele, nem o conheço direito, mas estava dizendo que ele não sabe se comportar quando está vivendo uma situação ruim, ele não tem o coração para escapar e se recuperar de uma situação dessas. Foi isso que eu disse. Fora isso, ele é bom quando está numa situação favorável na luta.

Você estava treinando com uma criança. Quem é esse garoto, o Breno?

Eu sou próximo de toda a criançada na academia no Brasil. Nós somos uma família. Eu o vejo treinar e acho que ele quer ser um lutador. Quando eu era criança, eu costumava assistir aulas de Judô e pensar que queria fazer aquilo um dia. Eu acho que é o mesmo pra mim. Ele é uma criança engraçada, muito legal, e mora perto da academia. Essa oportunidade é inesquecível para ele.

E isso explica por que uma criança pobre como ele quer ser um lutador.

Eu acho que ele realmente gosta disso. Eu estava comentando sobre a viagem, o voo e essas coisas. Tudo era novo para ele, sua mãe e irmão. Foi bom pra eles. Não só para ele, mas para a família toda. Ele está realmente aproveitando. Ele gosta de brincar o tempo todo e você percebe isso quando ele treina. Ele brinca com todos os lutadores. É uma boa criança.

Os fãs gostam muito de você por aqui, que é a casa do Frank Mir...

Estou muito feliz que as pessoas gostem de mim. É isso que eu quero: ser reconhecido por causa do trabalho duro que faço. No Brasil, o esporte está em um ótimo momento agora, mas aqui, especialmente em Las Vegas, as pessoas veem muito e eu espero que elas torçam para mim. Eu sei que aqui é a cidade natal do Frank Mir, mas tenho certeza de que muitas pessoas torcerão para mim.

Parece que é difícil um peso pesado manter o cinturão. Eles ganham, mas ninguém mantém.

A nossa categoria é a mais perigosa no esporte porque quando um soco acerta a sua cara ou corpo, você cai. É muito poder envolvido e eu acho que é muito difícil. Às vezes você tem um favorito para a luta, mas não importa nos pesos pesados porque nós somos muito fortes (risos).

Você alegava que queria isso há um bom tempo. Como começou a sentir isso?

Eu sempre quero o melhor para mim. Meu sonho era me tornar o campeão e agora eu sou campeão, graças a Deus. Quando você alcança os seus sonhos, você cria sonhos maiores. Agora eu tenho sonhos maiores e quero manter esse cinturão por um tempão e ser o campeão dos pesos pesados, fazer parte da história da categoria.

O Frank Mir tem um grande nome e é um ex-campeão. Você fica feliz em encarar alguém tão reconhecido como ele?

Sim. Eu não me importo em quem é o meu oponente, eu só quero defender meu título. O Frank Mir é muito perigoso porque ele é muito bom no chão e tem boas habilidades na trocação. Vai ser um bom desafio para mim. Eu não me importo com quem é meu adversário, mas eu espero que ele jogue limpo, assim como eu.

Você acredita que vai ser mais reconhecido, caso o vença?

Não penso nesse tipo de coisa. Eu só quero vencer. Eu não me importo com oponentes, como eu disse. Ele é um grande lutador e tem uma grande carreira. O Alistair Overeem também tem uma excelente carreira, então se eu lutasse com o Overeem também seria ótimo, um bom teste para as minha habilidades na trocação. Agora o desafio é o Frank Mir e estou pronto para batê-lo.

Você acha que ser campeão demanda muito dos atletas?

Essa é a parte difícil.

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