segunda-feira, 3 de outubro de 2011

ENTREVISTA COM JOSÉ ALDO JÚNIOR

José Aldo entrevista a TATAMEsábado, 01 de outubro de 2011 - 09:00:01Por Erik Engelhart

Campeão peso pena do UFC, José Aldo concedeu uma entrevista exclusiva a TATAME, um dia antes de embarcar para os Estados Unidos, onde defenderá o cinturão contra Kenny Florian, dia 8 de novembro. No bate-papo que você confere abaixo, Junior se mostrou bastante confiante na vitória e garantiu que vai fazer de tudo para que seus fãs não sofram com uma luta de cinco rounds, não se mostrou temeroso com a maior envergadura de Florian e garantiu que vai cair pra dentro. O casca-grossa comentou os pontos fortes do americano e disse como neutraliza-los, entre outros assuntos que você confere abaixo.


Como foi a preparação para defender o cinturão dos leves contra o Kenny Florian?


Os três meses de preparação foram ótimos, esse é o tempo que a gente perde para se condicionar para uma luta, estou me sentindo muito bem graças a Deus e agora é chegar lá e fazer tudo o que a gente treinou. Eu procuro sempre estar treinando direto, abdico de várias coisas como noitadas ou festas, pois essa é a minha vida, ninguém me obrigou, eu escolhi esse lado da vida e tento ser muito profissional.
                              
Mas deve ter uma hora que você quer dar uma relaxada, uma abstraída...

O máximo que eu faço é pegar um cinema, mas não chego depois de meia noite em casa. O vídeo game é um grande parceiro também, quando eu chego em casa cansado vou logo jogar um futebol, adoro o Pro Evolution. Outra distração também é ir aos jogos do Flamengo, que é o meu grande lazer, esses são os meus hobbies. Não bebo, não fumo e minha diversão está nessas pequenas coisas.

O Kenny Florian tem uma envergadura maior do que a sua e é mais alto do que seu último adversário, o Hominick. Isso lhe preocupa?

Na realidade, Hominick é mais baixo do que o Florian, mas tem uma envergadura maior, então estou acostumado. Já lutei inclusive com o Jonathan Brookins, que é maior do que esses dois adversários e era canhoto, praticamente o mesmo jogo. Meus companheiros mais altos da equipe, como o Leo Santos e o Beição procuraram imitar o jogo do Kenny. Trouxe também um atleta do Boxe Olímpico lá de Salvador, o Davi. O Diego Nunes já lutou com o Florian e me passou algumas situações, falou que ele é um cara muito calmo, experiente e que espera a hora certa.

Você acha que uma boa saída para essa diferença de envergadura é minar a base dele com seus poderosos chutes baixos?

Com certeza. Vai ser estilo cortar árvore, a gente começa por baixo largando a lenha e quanto mais o machado pegar, já viu né? (risos).

Faixa-preta da Nova União, BJ Penn encontrou no Jiu-Jitsu a forma de vencer o Florian, finalizando-o com um mata-leão. Você acredita que se botar ele pra baixo, levará vantagem?

Acredito que sim. No meu ponto de vista, o Jiu-Jitsu que eu tenho dá para fazer uma boa luta com o Kenny e quem sabe me sobressair. Ele é muito bom quando fica por cima, mas quando fica por baixo não faz nada, só aplica algumas cotoveladas da guarda fechada. A partir do momento que a guarda dele abre, quem lutou com ele acabou levando vantagem. Eu treinei bem e estou afiado para todas as situações que a luta me levar, se ele quiser trocar em pé, eu aceitarei e se ele quiser fazer chão, também. Vou chegar lá e cair pra dentro.

Onde acha que ele é perigoso e você deve ficar atento?

A experiência dele é algo considerável e as cotoveladas também não podem ser menosprezadas, pois ele usa muito bem desse artifício, tem cotoveladas muito boas, além de aplicar uns bons chutes, tem um chute alto muito bom. Tenho que ficar ligado nessas armas dele, que com certeza a gente vai neutralizar.

O Kenny chegou a declarar em entrevista a TATAME, que iria para a trocação com você...

Toda a luta tem que começar em pé, mas eu sinceramente não acredito que ele vá vir para a trocação comigo, ele não vai se arriscar. Ele é um cara que não põe o dele na reta, pode ver as lutas dele e você vai ver que ele não chegou trocando em nenhuma, ele sempre entra fintando um jab ou um cruzado e procura agarrar e levar para a parte que ele é melhor.

Você fez uma “homenagem” ao seu último adversário, o Mark Hominick? (Aldo tem as “caveiras” de alguns adversários que ele derrotou tatuadas no ombro)

Não homenageei ele não (gargalhadas). Isso é um privilégio dos que foram nocauteados por mim, e como derrotei ele por pontos, não fiz essa homenagem, é só para os caras que eu nocauteei mesmo. Fiz uma excelente luta com ele, mas não deu pra nocautear, não teve como.

O UFC tem planos de fazer um grande show em Manaus, sua terra natal. Após ficar de fora do UFC Rio, essa oportunidade não pode passar batida...

Já fiquei de fora do Rio, que é a minha casa e não quero mais ficar de fora dessa festa. Se rolar mesmo lá em Manaus, eu como caboclinho da terra, não posso ficar de fora, tenho que estar lá nesse evento, que com certeza vai bater todos os recordes lá.

O seu treinador, André Pederneiras, chegou a vetar você de dar entrevistas uma época para apenas se concentrar nos treinamentos. De que forma essa interrupção da “maratona midiática” lhe ajudou a manter o foco?

Isso me ajudou muito, fez eu ficar focado apenas nos treinamentos. O meu treinador viu que o excesso de entrevistas estava fazendo com que eu desse uma desfocada... Eu tinha que ir em vários eventos, viajar pra São Paulo e outros estados, estava muito corrida a minha vida. Por isso o Dedé me deu uma vetada, para que eu mantivesse o foco.

Então não é que o campeão estava de salto alto, como as vezes acontece?

Sei que acontece, mas não comigo. Fiz isso apenas para poder focar no meu trabalho, sempre que passa a luta, eu vou lá e dou entrevistas, não tenho problema nenhum com isso, até gosto. Foi apenas por uma questão profissional. Me afastei para ficar treinando, para só pensar nisso e defender o meu cinturão com êxito.

Que você é flamenguista todo mundo sabe, mas como anda a sua relação profissional com o clube? Vai sair ou não um patrocínio?

Eu sou torcedor fanático e isso nunca vai mudar. Mas a questão do patrocínio a gente ainda está vendo, tenho uma pessoa que está correndo atrás disso, estamos na expectativa de fechar, ainda não aconteceu, mas quem sabe ainda role no futuro?

O que seus fãs podem esperar dessa sua segunda defesa de cinturão? Não vai fazer eles sofrerem durante cinco rounds, vai?

Eu espero que não (risos). Me preparei para buscar a finalização ou o nocaute e vou cair pra dentro, serei um atacante. Mas caso eu não consiga encerrar a luta antes do previsto, farei durante os cinco rounds o máximo para os fãs não sofrerem. Um abraço a todos os fãs que me acompanham e podem ter certeza que o José Aldo vai pra cima.

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